A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é um tema que desperta muitas dúvidas e controvérsias em toda a sociedade. Apesar de oferecer muitos benefícios para adultos que entram na terceira idade, a TRH é cercada de polêmicas devido aos potenciais efeitos colaterais. Para ajudar a esclarecer essas questões, a Dra. Mary Claire Haver, uma renomada especialista em saúde feminina, explica os benefícios, mitos e verdades sobre a TRH.
Entenda Sobre a Importância do Estrogênio e Progesterona
Os níveis normais de estrogênio e progesterona são essenciais para a saúde reprodutiva feminina. O estrogênio regula processos fundamentais como a saúde óssea, a função cognitiva e o humor. Além disso, atua na prepararação do corpo para a ovulação e a fertilização. A progesterona, quando combinada com o estrogênio, protege o revestimento do útero, prevenindo o câncer endometrial e preparando o endométrio para a implantação do óvulo fertilizado. Além disso, em mulheres em idade reprodutiva, os níveis de estrogênio variam durante o ciclo menstrual, atingindo o pico durante a ovulação, momento crucial para a liberação do óvulo. Os níveis de progesterona aumentam após a ovulação e são mais altos durante a segunda metade do ciclo menstrual, a fase lútea. Durante esta fase, é onde se prepara o útero para uma possível gravidez e mantém o ambiente uterino adequado para a implantação.
Pico Hormonal da Mulher
O pico de estrogênio ocorre pouco antes da ovulação, aproximadamente no meio do ciclo menstrual, promovendo a liberação do óvulo e a preparação do revestimento uterino. Já o pico de progesterona ocorre após a ovulação, durante a fase lútea, que é a segunda metade do ciclo menstrual. Os picos hormonais se tornam mais pronunciados durante os anos reprodutivos da mulher, geralmente entre os 20 e 30 anos, quando a fertilidade está no auge. Então, à medida que a mulher se aproxima da perimenopausa, geralmente a partir dos 40 anos, os níveis de estrogênio e progesterona começam a diminuir, tornando-se mais irregulares. Essa redução contínua dos hormônios marca o declínio da fertilidade e, eventualmente, leva à menopausa, quando os níveis hormonais caem significativamente, encerrando a fase reprodutiva da mulher.
Por Que Há Redução Destes Hormônios com o Passar dor Tempo?
Com o tempo, especialmente à medida que as mulheres se aproximam da menopausa, os níveis de estrogênio e progesterona começam a cair. Isso ocorre devido ao esgotamento dos folículos ovarianos, que são responsáveis pela produção desses hormônios. Durante a perimenopausa, a fase que precede a menopausa, a produção hormonal se torna irregular, levando a sintomas como ondas de calor e mudanças de humor. Na menopausa, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem drasticamente, pois os ovários deixam de funcionar como antes.
Por Que Começar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH)?
A TRH é fundamental para aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, mudanças de humor e secura vaginal. Além disso, a TRH pode prevenir a perda óssea e reduzir o risco de osteoporose, melhorar a função cognitiva e manter a saúde urogenital. Para mulheres com insuficiência ovariana prematura, a TRH pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e AVC.
Quando Começar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
O momento ideal para iniciar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é próximo ao início da menopausa. Iniciar a TRH logo após os primeiros sinais de menopausa pode maximizar seus benefícios e minimizar os riscos. No entanto, a Dra. Mary Claire Haver recomenda que a terapia seja personalizada e ajustada conforme os sintomas e a resposta individual de cada paciente. Portanto, procure um profissional competente se estiver considerando essa possibilidade. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) visa substituir esses hormônios em níveis adequados para aliviar os sintomas da menopausa e melhorar a qualidade de vida das mulheres.
Existem várias formas de administração da TRH, incluindo comprimidos, adesivos, géis e cremes. A escolha da forma e dosagem depende das necessidades individuais e condições de saúde de cada mulher. Por exemplo, mulheres com histórico de trombose podem se beneficiar mais de formulações transdérmicas (adesivos ou géis), que evitam o metabolismo hepático e o risco associado de coágulos sanguíneos.
Mitos e Verdades Sobre a Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
A TRH é uma abordagem relativamente recente e cercada por muitos mitos disseminados por vias duvidosas. Isso em grande parte é explicado após estudos iniciais que associaram a terapia a um aumento no risco de câncer e doenças cardiovasculares. No entanto, mulheres que iniciam a TRH perto do início da menopausa apresentam menores riscos e maiores benefícios segundo a Dra. Marie Claire Haver em entrevista ao Podcast do Dr. Andrew Huberman. Dessa forma, o momento que a TRH é iniciada parece ter uma importância muito grande sobre os riscos de câncer para a paciente.
TRH causa câncer de mama?
Parcialmente verdade! Estudos recentes mostram que a TRH, quando administrada corretamente e com acompanhamento médico, não aumenta significativamente o risco de câncer de mama. Na verdade, os benefícios da TRH podem superar os riscos em muitas mulheres, especialmente quando iniciada no início da menopausa. No entanto, é importante considerar fatores genéticos e estilo de vida o qual possam contribuir significativamente para o aumento de chance de desenvolver câncer de mama em pacientes que fazem reposição hormonal.
TRH só é útil para ondas de calor?
Mito! A TRH pode ajudar com uma variedade de sintomas da menopausa, incluindo problemas de sono, mudanças de humor, e saúde urogenital. Além disso, pode prevenir a osteoporose e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Todas as mulheres podem usar TRH?
Mito! Nem todas as mulheres podem usar TRH. Um médico deve realizar uma avaliação detalhada para determinar se a TRH é segura e apropriada para cada indivíduo. Mulheres com histórico de certos tipos de câncer, doenças hepáticas ou problemas de coagulação podem precisar de alternativas.
Abordagens e Exemplos de TRH
A administração da TRH pode seguir diferentes abordagens, e o médico deve escolher a mais adequada com base nas necessidades e condições de saúde individuais de cada mulher. Cada método de administração tem suas vantagens e desvantagens, que o médico e a paciente devem considerar cuidadosamente.
Formulação Transdérmica: Ideal para mulheres com risco aumentado de trombose, os adesivos ou géis permitem a absorção do hormônio através da pele, evitando o metabolismo hepático e, consequentemente, reduzindo o risco de formação de coágulos sanguíneos. Além disso, esta forma de administração também pode ser benéfica para mulheres que sofrem de problemas gastrointestinais ou que têm dificuldades para ingerir comprimidos.
Comprimidos: Uma opção comum e amplamente utilizada que permite fácil ajuste da dosagem de estrogênio e progesterona. Esta forma de administração é prática e familiar para muitas mulheres. No entanto, pode não ser adequada para todas, especialmente para aquelas com histórico de problemas hepáticos, pois os hormônios são metabolizados no fígado, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais hepáticos. Além disso, mulheres com histórico de doenças digestivas também podem não tolerar bem os comprimidos.
Terapia Combinada: Para mulheres que possuem útero, a combinação de estrogênio e progesterona é essencial para prevenir o câncer endometrial, que pode ser provocado pelo uso de estrogênio isolado. Os médicos podem administrar essa terapia combinada de várias formas, incluindo comprimidos, adesivos ou até dispositivos intrauterinos que liberam progesterona.
A Terapia de Reposição Hormonal pode Ser a Rota para um Velhice Saudável
A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode ter um impacto profundamente positivo na vida das mulheres, especialmente durante a transição para a menopausa e nos anos que se seguem. Ao aliviar sintomas incômodos como ondas de calor, suores noturnos, secura vaginal e mudanças de humor, a TRH melhora significativamente a qualidade de vida. Além disso, a TRH desempenha um papel crucial na manutenção da saúde óssea, prevenindo a osteoporose, e na redução do risco de doenças cardiovasculares, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e ativo.
No entanto, para alcançar plenamente esses benefícios, os profissionais de saúde devem administrar a TRH com rigorosa orientação. Eles devem decidir sobre a realização da terapia, escolher a forma de administração, ajustar a dosagem adequada e realizar o monitoramento constante, personalizando esses aspectos de acordo com as necessidades e condições de saúde de cada mulher.
A orientação de um profissional de saúde qualificado é indispensável para garantir que a TRH seja não apenas eficaz, mas também segura. O acompanhamento regular permite ajustes necessários ao tratamento, minimizando riscos e maximizando os benefícios. Assim, a TRH pode realmente transformar a experiência da menopausa, promovendo bem-estar e qualidade de vida de maneira responsável e informada.
