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Estimulação Cerebral Por Ultrassom Focado Amígdala Reduz Sintomas de Transtornos De Humor, Ansiedade e Trauma

Estimulação Cerebral Por Ultrassom Focado Amígdala Reduz Sintomas de Transtornos De Humor, Ansiedade e Trauma
Estimulação Cerebral Por Ultrassom Focado Amígdala Reduz Sintomas de Transtornos De Humor, Ansiedade e Trauma
ĂŤndice

Um estudo recente publicado na Molecular Psychiatry colocou em pauta uma tecnologia pouco explorada: a estimulação cerebral por ultrassom focado na amígdala de baixa intensidade. Pesquisadores do Dell Medical School, da Universidade do Texas, avaliaram se esse método seria capaz de aliviar sintomas de depressão, ansiedade e transtornos ligados a trauma em adultos. Mas o que diferencia a abordagem é o foco direto na amígdala cerebral, região central na regulação das emoções e frequentemente hiperativa em quadros psiquiátricos.

A grande inovação está no potencial do ultrassom em atingir áreas profundas do cérebro com precisão, assim superando as limitações de técnicas como a estimulação magnética transcraniana, que age de forma mais superficial. Além disso, muitos pacientes não encontram alívio suficiente com medicamentos ou psicoterapia, e novas abordagens são urgentes para ampliar as possibilidades de resposta.

Além do alcance anatômico, o ultrassom focado é uma técnica não invasiva, com baixos riscos e aplicação bem tolerada. Os cientistas buscaram testar não apenas sua segurança, mas também se a modulação da amígdala geraria efeitos terapêuticos mensuráveis em múltiplos diagnósticos psiquiátricos, incluindo depressão maior, transtorno de ansiedade generalizada e transtornos de estresse pós-traumático.

Desenho Experimental: Duas Fases Para Testar Segurança e Eficácia do Ultrassom Focado Amígdala

O estudo se desenvolveu em duas fases principais. Na primeira etapa, os participantes passaram por sessões únicas de ultrassom focado na amígdala enquanto estavam dentro de um aparelho de ressonância magnética. O ultrassom era direcionado à amígdala esquerda, em um grupo de 29 adultos com diagnósticos psiquiátricos e 23 controles saudáveis. Então, cada voluntário recebeu, de forma randomizada e duplo-cega, tanto o ultrassom real quanto uma versão simulada (placebo). O objetivo foi mapear rapidamente se a estimulação alterava a atividade cerebral e verificar efeitos imediatos, usando alterações no sinal BOLD da ressonância funcional como métrica.

A segunda fase envolveu apenas pacientes, que participaram de 15 sessões diárias ao longo de três semanas. Diferentemente da primeira, essa etapa não foi cega, pois todos sabiam que estavam recebendo a intervenção real. Além disso, os voluntários responderam questionários sobre sintomas antes e depois do tratamento e passaram por novas avaliações de neuroimagem para investigar mudanças na resposta cerebral a estímulos emocionais.

A metodologia empregou critérios rigorosos de inclusão e acompanhamento, garantindo que todos os efeitos adversos fossem monitorados. As análises buscaram identificar tanto os efeitos diretos na amígdala quanto possíveis impactos em regiões conectadas, como hipocampo, insula e córtex pré-frontal, conhecidos por sua participação em redes emocionais.

Redução De Atividade Na Amígdala e Melhora Em Sintomas

Os achados foram animadores. Na primeira fase, a estimulação ativa reduziu significativamente a atividade da amígdala esquerda, em comparação com o placebo, tanto em pacientes quanto nos controles saudáveis. Além disso, cerca de dois terços dos participantes apresentaram alguma redução, com maior efeito observado naqueles que tinham níveis mais altos de sofrimento emocional.

Além da amígdala, o ultrassom focado na amígdala afetou áreas do hipocampo, insula e córtex pré-frontal—todas partes das redes cerebrais ligadas ao processamento de emoções. Esses efeitos se mostraram diferentes entre pacientes e controles, principalmente no hemisfério direito, levantando hipóteses sobre possíveis disfunções de conectividade inter-hemisférica em transtornos emocionais.

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Na segunda fase, que envolveu a repetição do tratamento por três semanas, o método foi bem tolerado, com efeitos colaterais leves e passageiros, como dor de cabeça ou sensação de formigamento. No entanto, quase todos completaram o protocolo. Ao final, os pacientes reportaram redução moderada a grande no escore de sofrimento emocional. Quase metade obteve alívio de sintomas acima do que seria esperado por erro de medida, e muitos alcançaram níveis próximos aos controles saudáveis. Ademais, melhora foi observada também em índices de depressão, ansiedade, sintomas traumáticos e qualidade de vida, consolidando o potencial amplo da técnica.

Imagens cerebrais pós-tratamento mostraram queda na ativação de ambas as amígdalas diante de estímulos emocionais, em especial faces com expressão de raiva—um tipo de gatilho que tipicamente exacerba a reatividade em quadros psiquiátricos. Pacientes com maior queda da atividade amigdalar também foram os que relataram maiores ganhos clínicos, sugerindo um biomarcador cerebral promissor para prever resposta ao tratamento.

Limitações, Perspectivas E Próximos Passos Da Neurotecnologia

Apesar dos resultados positivos, os autores são cautelosos ao apontar limitações importantes. A segunda fase do estudo não incluiu grupo controle, o que impede descartar totalmente efeitos placebo ou melhora espontânea. O tamanho da amostra foi modesto e a variedade de diagnósticos dificulta distinguir para quais quadros a técnica funciona melhor. Além disso, os dados de sintomas foram obtidos por auto-relato, e não por entrevistas clínicas detalhadas.

A tecnologia do ultrassom focado na amígdala ainda passa por ajustes, como maior refinamento na modelagem da propagação das ondas através do crânio e otimização dos parâmetros de aplicação. As variações anatômicas individuais podem afetar a precisão do estímulo, e o estado basal do cérebro antes do tratamento pode influenciar os efeitos observados.

Os autores destacam a necessidade de novas pesquisas, com amostras maiores e controles rigorosos, paracomprovar a eficácia terapêutica do ultrassom focado na amígdala. Portanto, ensaios clínicos randomizados e a integração de avaliações clínicas detalhadas serão fundamentais para validar o método e estabelecer indicações seguras. O estudo, assinado por Bryan R. Barksdale, Lauren Enten, Annamarie DeMarco, Rachel Kline, Manoj K. Doss, Charles B. Nemeroff e Gregory A. Fonzo, inaugura um campo promissor e aponta para novas oportunidades em tratamentos baseados em neurotecnologia para saúde mental.

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