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Impacto do Hábito de Mastigar na Motilidade Intestinal Através da Transição Microbioma Intestinal

Impacto Do Hábito De Mastigar Na Motilidade Intestinal Através da Transição Microbioma Intestinal
Impacto Do Hábito De Mastigar Na Motilidade Intestinal Através da Transição Microbioma Intestinal
Índice

O microbioma intestinal desempenha um papel essencial na manutenção da saúde sistêmica e intestinal. Alterações desfavoráveis na sua composição podem desencadear inflamações. Além disso, pode prejudicar o sistema imunológico e estar associado a doenças crônicas, como a Doença Inflamatória Intestinal (DII) e constipação severa. Esses distúrbios frequentemente envolvem alterações na expressão de canais de transporte de água, como a aquaporina-4 (AQP-4). Esta rota regula a umidade fecal e pode ser um alvo terapêutico para essas condições.

Um elemento essencial do microbioma são os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), produzidos pela fermentação de fibras dietéticas. Esses compostos — como acetato, propionato e butirato — desempenham um papel crítico na regulação metabólica, na homeostase imunológica e na motilidade intestinal. Eles atuam por meio de receptores acoplados à proteína G, como GPR41 e GPR43, que influenciam o relaxamento muscular e a função intestinal. Estudos mostram que a redução desses ácidos está associada à inflamação e à diminuição da motilidade, agravando, assim, os sintomas de distúrbios intestinais.

Os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) desempenham um papel essencial na regulação do sistema imunológico, um efeito conhecido como imunomodulação. Pois eles ajudam a manter o equilíbrio na atuação das células de defesa, como os neutrófilos, que combatem infecções, e os macrófagos, responsáveis por eliminar resíduos e reparar tecidos danificados. Esse equilíbrio é fundamental para prevenir inflamações excessivas nos tecidos do intestino grosso (tecidos colônicos). Pois tais inflamações podem levar a problemas como constipação crônica e doenças inflamatórias intestinais (DII). A redução dos níveis de SCFAs compromete esse mecanismo, evidenciando sua importância para o funcionamento saudável do intestino e para a saúde geral do organismo.

Impactos de Dietas Macias no Microbioma Intestinal e Motilidade Colônica

Um estudo recente revelou que dietas constituídas por alimentos em pó afetam negativamente a motilidade intestinal. Nos experimentos realizados com camundongos, as dietas à base de alimentos em pó tiveram efeitos negativos significativos. Esses animais levaram mais tempo para evacuar, apresentaram fezes menos úmidas e sofreram uma redução considerável na espessura do revestimento interno do cólon (mucosa colônica). Esses problemas foram associados ao aumento da expressão de duas proteínas específicas: AQP-4, que remove água do conteúdo intestinal, então tornando as fezes mais secas, e nNOS, que dificulta o relaxamento dos músculos do cólon, essencial para o movimento das fezes.

Além disso, foi detectada uma redução importante nos níveis de ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs). Em especial, isso ocorreu com o acetato e o butirato, ácidos produzidos pelas bactérias intestinais, que desempenham funções cruciais na saúde do intestino. Essa redução foi localizada na região cecal (parte do intestino grosso), sem mudanças nos níveis desses compostos no sangue ou nas fezes. Isso sugere que os problemas são específicos do intestino.

O acetato e o butirato são ácidos graxos de cadeia curta produzidos pelas bactérias intestinais durante a fermentação de fibras. O acetato é uma fonte de energia para diversas células do corpo, enquanto o butirato é essencial para a saúde do intestino, pois alimenta as células do cólon. Além disso, também reduz a inflamação e regula os movimentos intestinais. Ambos são fundamentais para manter o equilíbrio e o bom funcionamento do sistema digestivo.

A diminuição dos SCFAs também levou a uma menor ativação de receptores GPR41 e GPR43, que são essenciais para regular os movimentos intestinais. No entanto, a administração direta de butirato reverteu os sintomas de constipação, reforçando que o equilíbrio dos SCFAs desempenha um papel central nos impactos negativos das dietas macias sobre o intestino.

Neutrófilos e Inflamação: Um Elo Entre Dietas, Microbioma Intestinal e Motilidade

A inflamação no intestino grosso causada pela dieta em pó foi principalmente mediada pelos neutrófilos, células de defesa que combatem infecções, enquanto os macrófagos, que ajudam na limpeza de resíduos, tiveram um papel menor. A eliminação dos neutrófilos em camundongos melhorou significativamente os movimentos intestinais e reduziu os níveis de marcadores de inflamação, como a proteína IL-6, associada a processos inflamatórios.

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O uso do sivelestat, um medicamento que inibe a ação da elastase (uma enzima liberada pelos neutrófilos), mostrou-se eficaz para aliviar os sintomas de constipação. Ele reduziu os níveis de inflamação e melhorou a hidratação das fezes, reforçando que os neutrófilos desempenham um papel central na inflamação leve e nos problemas de motilidade intestinal provocados por dietas macias.

O aumento de neutrófilos no intestino ocorre como resposta do sistema imunológico a sinais de dano ou inflamação no tecido. Fatores como a presença de toxinas, alterações no microbioma intestinal, redução de ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e desequilíbrios na barreira intestinal podem desencadear essa resposta. A diminuição de compostos como o butirato, por exemplo, reduz o efeito anti-inflamatório no cólon, favorecendo o recrutamento de neutrófilos para o local. Além disso, a ativação de proteínas inflamatórias, como a IL-6, atrai essas células para combater possíveis ameaças, mas, em excesso, os neutrófilos podem agravar a inflamação e prejudicar a motilidade intestinal.

Benefícios da Mastigação na Recuperação da Motilidade

A mastigação desempenha um papel crucial para melhorar o funcionamento do intestino grosso. O estudo em questão apontou que o simples ato de mastigar por duas horas aumentou significativamente a quantidade de fezes. Além disso, também melhorou a hidratação intestinal e reduziu a inflamação no cólon causada pela atividade de células de defesa como os neutrófilos.

Os pesquisadores apontam que esses benefícios estão ligados à ativação de reflexos do sistema nervoso que conectam o cérebro ao intestino, conhecidos como reflexos vagais, e não à ingestão de partículas geradas durante a mastigação. Pesquisas anteriores também mostram que mastigar goma de mascar ajuda na recuperação de pacientes após cirurgias intestinais, acelerando os movimentos normais do intestino.

A Importância de Mastigar Bem e Comer com Concentração

A mastigação é muito mais do que um simples ato mecânico de triturar alimentos. Ela desempenha um papel fundamental na saúde intestinal e geral. Mastigar bem a comida facilita a digestão, estimula a produção de enzimas e ativa reflexos que conectam o cérebro ao intestino, melhorando a motilidade intestinal. Além disso, esse hábito contribui para a produção de compostos benéficos, como os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), que são essenciais para manter o equilíbrio do microbioma intestinal.

Comer em um ambiente tranquilo e sem distrações é igualmente importante. Quando estamos focados na refeição, mastigamos melhor, evitando engolir pedaços grandes de comida que podem sobrecarregar o sistema digestivo. Por outro lado, falar enquanto mastigamos não só é deselegante, mas também prejudica a mastigação eficiente e aumenta o risco de engolir ar, o que pode causar desconforto e inchaço abdominal.

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Além disso, mastigar lentamente permite ao cérebro reconhecer melhor os sinais de saciedade, ajudando a prevenir excessos alimentares. Esse hábito também diminui o risco de problemas digestivos como constipação, já que alimentos bem mastigados são mais fáceis de digerir e processar pelo intestino.

Adotar práticas simples, como reservar um tempo adequado para as refeições, evitar conversas ou o uso de dispositivos eletrônicos durante esse momento e focar na mastigação, pode transformar significativamente a saúde digestiva e o bem-estar geral. Lembre-se: comer de forma consciente e mastigar bem não é apenas uma questão de etiqueta, mas uma poderosa ferramenta para cuidar do seu corpo.

Referência: Impact of habitual chewing on gut motility via microbiota transition. Disponível em Scientific Report.

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