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Ácido Linoleico e seu Impacto Negativo na Saúde Cerebral

Ácido Linoleico e seu Impacto Negativo na Saúde Cerebral
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Índice
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O ácido linoleico (AL) é um tipo de ácido graxo poliinsaturado essencial. Em outras palavras, é um tipo de gordura que o corpo não pode produzir por conta própria e deve ser obtido por meio da alimentação. Exemplos de ácidos graxos poliinsaturados essenciais incluem o ácido linoleico (ômega-6) e o ácido alfa-linolênico (ômega-3).

O ácido linoleico (AL) tornou-se onipresente em todo o mundo devido ao aumento do consumo de comidas processadas que levam em seu preparo óleos vegetais ricos em AL, como é o caso do óleo de soja, milho, girassol e canola. No entanto, além dos óleos vegetais, o ácido linoleico também ocorre em alimentos como nozes, sementes de girassol, carnes e ovos. Esse tipo de óleo é essencial para o crescimento e desenvolvimento normais de nós humanos. Assim, a falta de LA na dieta pode levar a problemas de saúde como pele seca, interferência no crescimento e disfunções reprodutivas.

Por outro lado, o consumo excessivo de AL é preocupante. Ingestão muito acima dos 1-2% da energia diária recomendada de AL representa consumo excessivo desta substância. O excesso de AL pode levar à produção de metabólitos oxidados conhecidos como OXLAMs (metabólitos oxidados do ácido linoleico). Esses compostos estão associados ao aumento da vulnerabilidade do cérebro à inflamação. Dessa forma, esses OXLAMs podem desencadear processos inflamatórios e estresse oxidativo no cérebro, afetando negativamente o desenvolvimento e a função cerebral. Neste post, vamos explorar o metabolismo do LA pelo cérebro e os efeitos do consumo excessivo de LA na função cerebral, destacando um estudo que investiga os efeitos dessa substância em aves, roedores e humanos.

Efeitos do Ácido Linoleico em Aves

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De acordo com Ameer Taha, da Universidade da California, estudos realizados entre as décadas de 1950 e 1970 mostraram que pintinhos alimentados com uma dieta deficiente em vitamina E, mas contendo altas concentrações de LA desenvolveram encefalomalácia. Esta é uma condição neurodegenerativa caracterizada pela morte de células cerebrais (necrose), inchaço (edema) e anormalidades nos pequenos vasos sanguíneos do cérebro (anormalidades microvasculares). Essas características em conjunto podem levar à perda de coordenação motora (ataxia) e morte das aves.

Além disso, experimentos subsequentes sugeriram que os metabólitos oxidados do ácido linoleico (OXLAMs) são a provável causa da encefalomalácia. Ademais, esse efeito está ligado ao consumo de LA pela mãe durante a gestação, que normalmente provém de óleos vegetais como os de soja e milho incluídos na dieta das aves mãe. Esses estudos demonstraram que, na ausência de vitamina E, que é um antioxidante encontrado em alimentos como nozes, sementes e vegetais de folhas verdes, o LA e, em menor grau, o ácido araquidônico (AA), um ácido graxo envolvido na sinalização celular e na resposta inflamatória, causam danos cerebrais significativos, como lesões e deterioração do tecido cerebral, em pintinhos jovens.

Efeitos do Ácido Linoleico em Roedores

Em roedores, o ácido linoleico (AL) mostrou ter um papel na regulação da imunidade cerebral, no controle de convulsões e na comunicação entre células nervosas. Alguns desses efeitos são mediados por seus metabólitos oxidados (OXLAMs). A redução do LA na dieta ajuda a diminuir a inflamação cerebral causada por lipopolissacarídeos (LPS), que são componentes de paredes celulares de bactérias que podem desencadear respostas inflamatórias graves, como aquelas observadas em infecções.

Reduzir o AL na dieta também diminui as concentrações cerebrais de autacoides lipídicos pró-inflamatórios, que são moléculas como as prostaglandinas e leucotrienos. Essas substâncias são conhecidas por promoverem inflamação e dor em condições como artrite e asma. Além disso, essa redução na dieta de LA aumenta os níveis de mediadores lipídicos anti-inflamatórios, como as resolvinas e protectinas. Essas moléculas desempenham um papel crucial na resolução da inflamação, ajudando a reduzir a resposta inflamatória e a promover a cura dos tecidos.

Efeitos do Ácido Linoleico em Humanos

A maioria das evidências clínicas sobre os efeitos do ácido linoleico no cérebro provém de estudos epidemiológicos. Estes estudos são pesquisas que analisam a distribuição e os determinantes das doenças em populações. Um estudo de coorte prospectivo, que segue um grupo de pessoas ao longo do tempo, relatou uma associação inversa entre alta ingestão de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) e mortalidade relacionada a doenças neurodegenerativas. PUFAs, como o ácido linoleico (ômega-6) e o ácido alfa-linolênico (ômega-3), representam gorduras essenciais encontradas em alimentos como peixes, nozes e óleos vegetais.

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No entanto, esses estudos têm dificuldade em estabelecer uma relação de causalidade direta. Em outras palavras, não podem provar que um fator causa diretamente o outro, porque muitas outras variáveis podem influenciar os resultados. Por exemplo, pessoas que consomem mais PUFAs também podem ter outros hábitos saudáveis, como praticar exercícios e terem uma dieta mais equilibrada, que contribuem para a redução da mortalidade.

Ensaios clínicos randomizados são necessários para confirmar esses achados. Assim, sendo necessários estudos experimentais onde os participantes são aleatoriamente designados para grupos que recebem diferentes intervenções ou tratamentos. Isso permite isolar o efeito do tratamento específico, no caso AL, e a estabelecer uma relação de causa e efeito.

Redução Cognitiva Associada ao Consumo de Ácido Linoleico

Por outro lado, Ameer Taha aponta que o LA aparenta ter efeito negativo no neurodesenvolvimento. Assim, sugerindo que a quantidade de LA no leite materno, pode estar associada a pontuações motoras e cognitivas reduzidas em crianças. Isso significa que crianças cujas mães têm alto teor de LA no leite materno podem ter desempenho inferior em testes de habilidades motoras (como coordenação e movimento) e cognitivas (como memória e resolução de problemas).

Devemos Evitar Óleos Vegetais Derivados de Sementes?

Apesar de os óleos de semente como o de soja e milho conterem algumas vitaminas e nutrientes benéficos, há vários pontos negativos que merecem atenção. Estes óleos frequentemente compõe alimentos processados e apresentam perfis nutricionais ricos em calorias, mas com poucos nutrientes. Por exemplo, uma colher de sopa de óleo de soja contém aproximadamente 120 calorias e 14 gramas de gordura, mas não fornece proteínas ou carboidratos significativos para um dieta equilibrada.

Além disso, o ácido linoleico (ômega-6) compõe a maior parte dos óleos vegetais oriundos de sementes, sendo conhecido por ser pró-inflamatório, em contraste com os ácidos graxos ômega-3, que são anti-inflamatórios. A ingestão excessiva de ômega-6 em relação a ômega-3 pode promover a inflamação crônica, além de aumento no risco de doenças cardiovasculares e outras condições de saúde.

Por fim, há uma ligação entre a alta concentração de ácido linoleico e a obesidade, diabetes, asma e doenças cardíacas. Uma proporção elevada de ômega-6 em relação ao ômega-3 na dieta está associada a um maior risco de obesidade. Portanto, a escolha consciente de óleos e a moderação no consumo são essenciais para uma dieta equilibrada e saudável.

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Ácido Linoleico Apresenta Efeitos Negativos para o Metabolismo

Os estudos pré-clínicos e clínicos desmistificam a suposição de que o ácido linoleico é um ácido graxo benigno para o cérebro. “Benigno” significa que algo é inofensivo ou não causa danos. No caso do ácido linoleico, muitos acreditavam que ele não tinha efeitos negativos significativos no cérebro, mas as evidências crescentes estão mostrando o contrário.

Quando presente em excesso e de forma crônica, ele induz ataxia em aves, promove neuroinflamação em roedores e está ligado a anormalidades no neurodesenvolvimento em humanos. Uma dieta que contenha ácido linoleico em excesso inclui alimentos como óleo de soja, milho e girassol, consumidos em grandes quantidades regularmente ao longo de vários anos. Então, aquela fritura diária no óleo de soja ou milho, ou aquela comida ultraprocessada, podem prejudicar sua saúde muito mais do que você pode imaginar.

Modere a Ingestão de AL

Consumir uma quantidade excessiva de ácido linoleico continuamente pode levar a problemas de saúde, assim, sendo muito importante moderar a ingestão desse ácido graxo na dieta, pois, a redução do consumo de ácido linoleico pode ser benéfica. Dietas com baixo teor de LA, como aquelas que limitam o uso de óleos vegetais ricos em LA e incluem alternativas como azeite de oliva, óleo de coco e óleo de abacate, podem ajudar a proteger o cérebro contra a inflamação. Não a toa, dietas como a mediterrânea são apontadas como as melhores possíveis para nós humanos. Pois incluem uma variedade de alimentos ricos em vitaminas, proteínas e óleos saudáveis (ômega-3) para o corpo e mente.

Sendo assim, consumir menos ácido linoleico sugere um potencial benefício neuroprotetor, ou seja, pode ajudar a proteger o cérebro contra danos e doenças. No entanto, este potencial benefício merece uma avaliação clínica detalhada para confirmar se realmente resulta em uma redução tangível no risco de distúrbios neurodegenerativos e anormalidades no neurodesenvolvimento em humanos. De todas as formas, as evidências sugerem que esse tipo de óleo pode sim causar danos. Portanto, reconsidere seu consumo, converse com seu nutricionista, e tente perceber melhor as mudanças no seu corpo associadas a uma dieta balanceada. Menos ácido linoleico na sua dieta hoje pode ser a chave para um cérebro mais saudável amanhã.

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Respostas de 2

  1. Muito bom artigo !
    Mas é importante lembrar que se “maioria dos resultados clínicos são provenientes de estudos epidemiológicos” com necessidade de estudos randomizados para serem mais abrangentes ou conclusivos. Com isso a opção pela moderação no consumo de LA ,ou PUFAs quando não há ciência do que significam conta bastante. Consumir o que necessitamos não o que apenas queremos, ….a reflexão necessária.

    1. Olá Vania, que bom que gostou do artigo! 😊

      De fato, precisamos refletir bastante sobre a ingestão de determinados alimentos que podem nos causar desconfortos. Sempre que surgirem novidades sobre esse tópico, vamos postar novos artigos!

      Obrigada pelo comentário!

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