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Já Ouviu Falar em Gordura Marrom? Aprenda Sobre Com os Marsupiais

Já Ouviu Falar em Gordura Marrom? Aprenda Sobre Com os Marsupiais
Já Ouviu Falar em Gordura Marrom? Aprenda Sobre Com os Marsupiais
Índice
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Marsupiais nos ajudam a entender melhor o tecido adiposo, que é um tipo de tecido conjuntivo composto por células que armazenam gordura. Ele desempenha várias funções, incluindo o armazenamento de energia, isolamento térmico e proteção dos órgãos internos. Existem dois tipos principais de tecido adiposo: o tecido adiposo branco e o tecido adiposo marrom. O tecido adiposo branco é o tipo mais comum de gordura no corpo humano e é responsável por armazenar energia em forma de triglicerídeos. Ele ajuda a isolar o corpo e protege os órgãos internos. Por outro lado, o tecido adiposo marrom, ou gordura marrom, é especializado na produção de calor. Enquanto o tecido adiposo branco armazena energia, já o tecido adiposo marrom além de armazenar a energia, “queima” esta gordura para gerar calor, um processo conhecido como termogênese.

Como o Tecido Adiposo Marrom Produz Calor

O tecido adiposo marrom contém uma abundância de mitocôndrias, as organelas celulares responsáveis pela produção de energia. A proteína desacopladora 1 (UCP1) presente nas mitocôndrias do tecido adiposo marrom desempenha um papel crucial nesse processo. A UCP1 transforma as mitocôndrias em pequenas unidades de aquecimento, permitindo que elas convertam diretamente gordura e açúcar em calor, em vez de armazenar essa energia como trifosfato de adenosina (ATP). Assim, sem a UCP1, a gordura marrom não seria capaz de realizar sua função de produção de calor. Portanto, este mecanismo é vital para a sobrevivência dos recém-nascidos em ambientes frios, ajudando-os a manter a temperatura corporal.

Marsupiais e a Evolução da Termogênese

Mamíferos placentários são aqueles que possuem uma placenta complexa, permitindo que os embriões se desenvolvam dentro do útero da mãe até um estágio avançado de desenvolvimento. Exemplos de mamíferos placentários incluem humanos, elefantes, cães e gatos. Já os mamíferos não placentários incluem os marsupiais, como cangurus, coalas e gambás, pois estes dão à luz filhotes em um estágio menos desenvolvido, os quais completam seu desenvolvimento em uma bolsa externa (marsúpio).

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Marsupiais, nossos parentes distantes, possuem uma forma não totalmente evoluída de gordura marrom. Isso significa que, embora esses animais tenham algum tipo de tecido adiposo que compartilha características com a gordura marrom dos mamíferos placentários, ele não desenvolveu todas as capacidades termogênicas que são encontradas nesses últimos. Basicamente, os marsupiais possuem um precursor ou uma versão inicial do tecido adiposo marrom, que não é capaz de desempenhar todas as suas funções como em mamíferos placentários.

A pesquisa realizada pela equipe da Universidade de Estocolmo, em colaboração com instituições na Alemanha e no Reino Unido, demonstrou que a proteína UCP1 nos marsupiais não produz calor. Este achado sugere que a capacidade termogênica do tecido adiposo marrom evoluiu após a separação dos marsupiais e dos mamíferos placentários. Estima-se que tal separação ocorreu há cerca de 150 milhões de anos. Portanto, enquanto os marsupiais possuem UCP1, ela não está plenamente funcional para a produção de calor, como é o caso dos mamíferos placentários.

Implicações para a Saúde Humana Deste Estudo com Marsupiais

A função de consumo de energia da gordura marrom é um foco importante da pesquisa médica devido ao seu potencial para melhorar a obesidade, diabetes e doenças cardiometabólicas.

Obesidade: A gordura marrom auxilia na termogênese ao queimar calorias, em vez de simplesmente armazená-las como a gordura branca. Portanto, aumentar a atividade ou a quantidade de gordura marrom no corpo pode ajudar a reduzir o excesso de gordura corporal, combatendo a obesidade.

Diabetes: A gordura marrom também utiliza açúcar no processo de termogênese. A ativação da gordura marrom pode ajudar a diminuir os níveis de glicose no sangue, melhorando a sensibilidade à insulina e, consequentemente, ajudando a controlar o diabetes tipo 2. Isso ocorre porque a gordura marrom consome glicose para gerar calor, ajudando a regular os níveis de açúcar no sangue.

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Doenças Cardiometabólicas: A atividade da gordura marrom está associada a um perfil metabólico mais saudável. Ao queimar gordura e açúcar, a gordura marrom pode ajudar a reduzir os níveis de lipídios no sangue e diminuir o risco de doenças cardíacas. Além disso, a termogênese ajuda a manter um metabolismo mais equilibrado, o que é benéfico para a saúde cardiovascular.

Dessa forma, compreender a origem e a regulação da gordura marrom é crucial para desenvolver intervenções terapêuticas para distúrbios metabólicos. Pesquisas que investigam como ativar a gordura marrom ou aumentar sua quantidade no corpo podem levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para obesidade, diabetes e outras condições metabólicas. Portanto, estudos como o dos marsupiais têm implicações significativas para a pesquisa médica, pois revelam os mecanismos evolutivos e funcionais da gordura marrom.

O Valor da Pesquisa Básica e Suas Aplicações Futuras

A pesquisa básica, como o estudo dos marsupiais, possui um valor imensurável a longo prazo, pois fornece os fundamentos necessários para inovações médicas. Compreender os mecanismos básicos de como a gordura marrom funciona pode levar ao desenvolvimento de novas terapias e tratamentos que beneficiem milhões de pessoas. Embora possa parecer distante do uso prático imediato, essa pesquisa é essencial para descobrir novos caminhos para melhorar a saúde humana.

O estudo dos marsupiais nos oferece uma visão única sobre a evolução dos mecanismos de termogênese em mamíferos. A capacidade da proteína UCP1 de produzir calor é crucial para a regulação da temperatura corporal e tem importantes implicações médicas, especialmente no tratamento de doenças metabólicas. Assim, compreender a gordura marrom e sua função pode abrir novas oportunidades para terapias inovadoras.

A integração dessas descobertas da pesquisa básica em aplicações práticas pode revolucionar o tratamento de condições como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Novos medicamentos, terapias gênicas, intervenções nutricionais e tratamentos específicos para doenças cardiovasculares são apenas algumas das possíveis aplicações práticas que podem surgir dessa pesquisa.

Para mais detalhes, leia o artigo completo na revista Science.

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