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A Epidemia de Desinformação sobre TDAH no TikTok: O Impacto dos Vídeos do Hashtag #ADHDtest

A Epidemia de Desinformação sobre TDAH no TikTok: O Impacto dos Vídeos do Hashtag #ADHDtest
A Epidemia de Desinformação sobre TDAH no TikTok: O Impacto dos Vídeos do Hashtag #ADHDtest
Índice

Uma recente análise publicada no Australasian Psychiatry trouxe à tona uma tendência alarmante: 92% dos vídeos com a hashtag #adhdtest (TDAH em inglês) no TikTok contêm informações enganosas. Apesar de sua imprecisão, esses vídeos têm dominado a plataforma em engajamento, pois acumula muitos os likes, comentários e são favoritados. Isso representa um perigo significativo para a conscientização sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição neurodesenvolvimental que afeta milhões. Veja mais sobre TDAH clicando aqui.

O TDAH é geralmente diagnosticado na infância, mas muitos indivíduos carregam os sintomas pela vida adulta. Esses sintomas, como desatenção, impulsividade e hiperatividade, impactam áreas críticas da vida, como trabalho, estudos e relações pessoais. O diagnóstico adequado requer ferramentas baseadas em evidências, como a Escala de Autorrelato do TDAH para Adultos da OMS (ASRS-v1.1). Além disso, se faz necessário analisar em conjunto com uma avaliação clínica detalhada feita por profissionais qualificados. Então, a explosão de vídeos sensacionalistas no TikTok ameaça esse processo, distorcendo a percepção pública e promovendo testes “faça você mesmo” sem embasamento científico.

O TikTok: Uma Janela para a Informação ou um Portal de Sensacionalismo?

Desde seu lançamento em 2017, o TikTok conquistou uma posição central no compartilhamento de vídeos curtos e envolventes. Questões de saúde mental, como o TDAH, são amplamente abordadas na plataforma, especialmente entre adolescentes e jovens adultos. Contudo, o algoritmo prioriza conteúdo chamativo e emocionalmente ressonante, sacrificando muitas vezes a precisão em favor do engajamento.

Estudos mostram que vídeos com hashtags como #adhdtest oferecem “autoavaliações” que simplificam excessivamente o diagnóstico de TDAH. Essas publicações superficiais raramente se baseiam em critérios validados. Pois possuem viés de preferência por formatos interativos e visualmente atraentes, como vídeos ASMR, que utilizam sons suaves e estímulos sensoriais para captar a atenção do espectador. Além disso, também utilizam “testes de pontos”, que apresentam desafios visuais simplificados, aumentando o engajamento. Embora esses formatos sejam cativantes e populares, frequentemente alegam identificar sintomas de TDAH sem qualquer embasamento científico, contribuindo para a disseminação de desinformação.

A autora do estudo, Smita Verma, alerta para o impacto desse fenômeno: “A desinformação no TikTok sobre TDAH é alarmante. A trivialização da condição e a disseminação de testes não científicos contribuem para diagnósticos errados e sobrecarga dos já limitados recursos de saúde.”

Por Que a Desinformação Tem Mais Engajamento? O Caso de #adhdtest

Os pesquisadores analisaram os 50 vídeos mais populares com a hashtag #adhdtest, selecionando apenas aqueles que abordavam diretamente testes ou diagnósticos de TDAH em inglês. Então, dois especialistas em saúde mental avaliaram o conteúdo de cada vídeo com base na utilização de ferramentas validadas, como o ASRS (Escala de Autorrelato do TDAH para Adultos), que é um questionário científico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde para rastrear sintomas de TDAH. Apenas 8% dos vídeos aderiram a esses critérios, fornecendo informações precisas e alinhadas a métodos clínicos, enquanto 92% apresentaram conteúdo simplificado ou sem embasamento científico, sendo classificados como enganosos.

A desproporção de engajamento foi impressionante: vídeos enganosos concentraram 96% dos likes, 99% dos comentários e 93% dos favoritos. ASMR e outros formatos interativos dominavam a preferência dos usuários, evidenciando o apelo do entretenimento sobre a precisão. Em contraste, os vídeos baseados em evidências receberam atenção mínima, demonstrando a dificuldade de competir com conteúdo sensacionalista.

Essa preferência por desinformação reflete um ciclo problemático: vídeos enganosos atraem mais engajamento, o que reforça sua visibilidade no algoritmo, perpetuando o alcance de informações falsas. Essa dinâmica alimenta uma percepção errônea do TDAH, prejudicando tanto aqueles que necessitam de diagnóstico quanto os recursos de saúde já escassos.

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Combatendo a Desinformação sobre TDAH nas Redes Sociais

A pesquisa reforça que o TikTok não deve ser considerado uma fonte confiável para informações sobre TDAH. Os autores sugerem buscar recursos baseados em evidências, como orientações de profissionais de saúde qualificados. Além disso, plataformas digitais precisam assumir maior responsabilidade para moderar conteúdo relacionado à saúde, priorizando a precisão sobre o engajamento.

Estudos futuros poderiam investigar a eficácia das iniciativas de moderação de conteúdo do TikTok e explorar como outros meios sociais lidam com a desinformação sobre TDAH. Mais do que nunca, é crucial que o público aprenda a identificar fontes confiáveis e que os profissionais de saúde busquem uma presença online ativa para combater informações enganosas.

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